“Tô quebrada. O problema é que eu tô quebrada. Não sei se nasci assim ou fui me quebrando aos poucos com a respiração. Quebrada como uma caneca ou um prato que caiu, não adianta colar, aí não serve pra nada. Assim como uma mala sem alça. Quem quer algo quebrado? Ninguém. Eu também não. A verdade é que algumas pessoas vencem e outras, por mais que tentem, tentem … elas não vencem. E está tudo bem também. Ás vezes, quase sempre, viver pra mim é algo tão difícil, tão incômodo, quanto um espinho na cutícula já machucada. É como … eu me sinto como se estivesse dentro de uma máquina ligada de lavar roupas. Sempre. Sempre. Sempre. O tempo todo. Aí tudo fica misturado.”
Cena apresentada em Leituras Malditas! dia 03/11/2017
Ilustração de 1917: Seated Woman With Bent knee – de Egon Schiele (1890-1918)