Por Bruna Menezes
O dramaturgista é uma figura presente e frequente nos teatros europeus. No Brasil, entretanto, ela é relativamente nova e recentemente discutida no Brasil. Suas tarefas são numerosas e pouco específicas. Há uma aceitação generalizada, mesmo a nível internacional que, entre suas muitas tarefas, ele desempenha o papel de uma espécie de “guardião do sentido” ou até mesmo “guardião da sala de ensaio”. Isso é o suficiente para que seja percebido como um elemento de grande importância dentro do universo teatral. As informações a respeito do dramaturgista, de suas atividades e atribuições, de suas possíveis contribuições estão disponíveis para os brasileiros de uma forma fragmentada, pouco organizada. Partindo da convicção da importância da atividade para a qualificação do teatro brasileiro.
Dramaturg designa atualmente “o conselheiro literário e teatral agregado a uma companhia teatral, a um encenador e ou responsável pela preparação de um espetáculo”. Esse sentido tem início na Alemanha no século XVIII, com Lessing, um marco na história do sentido do termo e responsável pelas inovações da posição de “Dramaturg”, que se ampliou e ganhou novas funções.
Além do sentido de conselheiro teatral para o termo Dramaturg, Pavis lhe atribuiu um segundo sentido que é o “brechtiano e pós-brechtiano”, sentido que remete à “estrutura ao mesmo tempo ideológica e formal da obra”, e diz respeito ao “texto de origem” e aos “meios cênicos dessa montagem”. Ao indicar Brecht como um referencial para a atribuição de sentido ao termo, Pavis mostra a sua importância na trajetória histórica da Dramaturgia.
Hoje, na Alemanha, são várias as funções de dramaturg: o Dramaturg de programação (Spieldramaturg), o Dramaturg chefe (Chefdramaturg), o Dramaturg que organiza as relações com os autores (Autorendramaturg), com o público e com os jornalistas (Offentlichkeitsdramaturg) e o Dramaturg de produção (Produktiondramaturg) que se constitui em elemento de ligação entre o texto e a produção.
No Brasil o processo de criação de uma peça foge ao modelo europeu, sendo assim, a figura do dramaturgista vem sendo adaptada de acordo com as demandas dos processos teatrais e de acordo com o perfil dos grupos.
Bruna Menezes é dramaturga formada pela SP Escola de Teatro e ex-participante do Malditos Dramaturgos!. Você pode saber mais sobre ela aqui.